O Nordeste deverá manter, em 2026, um ritmo de crescimento acima da média nacional, impulsionado pela força econômica de cidades de médio porte, avanços em infraestrutura e expansão da produção agrícola. A projeção é do economista-chefe do Banco do Nordeste (BNB), Rogério Sobreira, que participou nesta quinta-feira (4) do debate “Os avanços do Nordeste”, promovido pelo jornal Correio Braziliense, no Distrito Federal.
Segundo Sobreira, o dinamismo do mercado de trabalho tem garantido ao Nordeste um desempenho superior ao restante do país. O Boletim Temático Emprego e Rendimento do BNB mostra que boa parte das oportunidades está concentrada em municípios de médio porte situados fora das capitais, o que fortalece setores como comércio e serviços. Para o economista, esse movimento descentraliza o crescimento e amplia o potencial de desenvolvimento regional.
No campo da infraestrutura, o BNB destaca a importância dos projetos previstos para 2026. Entre eles, o leilão dos sistemas de saneamento do Maranhão, que deverá mobilizar R$ 18,7 bilhões em investimentos. Na área de logística, portos organizados na Bahia devem receber mais de R$ 1,1 bilhão, reforçando o papel estratégico do estado no escoamento de cargas. Há, ainda, um conjunto de obras programadas para ferrovias como a Centro Atlântico, a Transnordestina e o corredor Leste-Oeste, ampliando a integração entre estados e facilitando o transporte de mercadorias.
A agricultura também seguirá como um dos motores da economia regional. De acordo com Sobreira, a produção no Matopiba — região que engloba Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia — tende a avançar, especialmente diante da crescente demanda internacional por soja, milho e algodão. O economista ressalta que cadeias como proteína animal e biocombustíveis também estão em expansão no país, abrindo novas janelas de oportunidade.
Sobreira afirma que o Nordeste reúne condições favoráveis para continuar ampliando sua fronteira agrícola: disponibilidade de terras, resolução de desafios técnicos e forte avanço tecnológico. “Estamos assistindo a um ambiente cada vez mais preparado para sustentar a expansão produtiva, com inovação e capacidade competitiva”, avalia. Para o BNB, esse conjunto de fatores posiciona a região como um dos polos de maior potencial de investimento no Brasil para 2026.
Foto/ Imagem: Divulgação/ Etiene Ramos
