As principais entidades representativas da anestesiologia em Pernambuco denunciaram, na semana passada , interferências administrativas de operadoras de planos de saúde na atuação médica em hospitais privados do Recife. A Sociedade de Anestesiologia do Estado de Pernambuco (SAEPE) e a Coopanest-PE afirmaram que as práticas colocaram em risco a segurança dos pacientes e feriram normas éticas da medicina.
Segundo a SAEPE, gestores de uma operadora de saúde teriam impedido a atuação de anestesiologistas regularmente credenciados, previamente escolhidos por pacientes e cirurgiões, promovendo substituições unilaterais no ambiente hospitalar. A entidade classificou a conduta como grave, motivada por interesses empresariais e sem respaldo técnico.
A sociedade alertou que a desconsideração da Consulta Pré-Anestésica (CPA) — ato médico obrigatório previsto na Resolução CFM nº 2.174/2017 — expôs pacientes a riscos evitáveis, como reações adversas e complicações durante procedimentos cirúrgicos. A SAEPE também destacou que a literatura científica reforçou a importância da integração entre cirurgião e anestesiologista para a segurança assistencial.
Em nota, a entidade afirmou que a prática violou o Código de Ética Médica, o direito de escolha do paciente dentro da rede credenciada e princípios do Código de Defesa do Consumidor. A SAEPE informou que já havia formalizado denúncia ao Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e que prestaria apoio aos profissionais afetados.
A Coopanest-PE também denunciou os episódios, ocorridos no Hospital São Marcos, notificando extrajudicialmente o médico representante da operadora envolvida e acionando o Cremepe. Para a cooperativa, os fatos representaram exposição significativa de risco aos pacientes e exigiram providências imediatas.
As entidades reforçaram que seguiram vigilantes e adotaram todas as medidas necessárias para garantir autonomia médica, ética profissional e segurança do paciente.
Foto/ Imagem: Reprodução/ Facebook SAEPE
