Em 8 de julho de 2025, o site Radar Fitness publicou uma matéria alertando sobre a sarcopenia, definida como uma condição silenciosa que prejudica a autonomia de idosos, afetando força, equilíbrio e a capacidade de realizar tarefas básicas.
Trata-se de uma síndrome associada ao envelhecimento, caracterizada pela perda progressiva de massa e força muscular esquelética, fenômeno que se intensifica a partir dos 40–50 anos e acelera após os 65 anos.
Especialistas estimam que idosos perdem entre 0,5% a 1% de massa muscular por ano, podendo chegar a 1–2% ao ano após os 60.
A reportagem destaca relatos de profissionais que atendem idosos manifestando dificuldades em realizar atividades rotineiras como subir escadas, levantar-se ou carregar objetos, muitas vezes sem perceberem que isso é sinal de sarcopenia.
Esses sintomas se desenvolvem de forma insidiosa, com fragilidade crescente no equilíbrio e na marcha, aumentando o risco de quedas e fraturas.
A condição está ligada a complicações sérias como quedas, hospitalizações, incapacidade funcional e até aumento da mortalidade em idosos.
Também está associada à osteoporose, e quando combinadas, essas duas condições promovem maior fragilidade óssea e muscular, elevando os riscos de fraturas.
A sarcopenia foi oficialmente reconhecida como doença em 2016 pela OMS, com classificação na CID‑10 sob o código M62.84.
O diagnóstico, segundo o consenso europeu EWGSOP, começa com a baixa força muscular (ex.: preensão manual), com confirmação a partir da quantidade e qualidade da massa muscular e, em caso grave, baixa performance física como andar devagar.
Algumas ferramentas de triagem, como o questionário SARC‑F, avaliam dificuldade de caminhar, levantar-se ou subir escadas, ajudando na identificação precoce da sarcopenia.
As causas envolvem sedentarismo, má nutrição (baixa ingestão de proteína), alterações hormonais, inflamação crônica, doenças associadas (como diabetes, insuficiência cardíaca e DPOC) e até redução da estimulação nervosa dos músculos.
A prevalência varia conforme a faixa etária: entre idosos de 60 a 70 anos, afeta de 5% a 13%; acima dos 80, pode chegar a 50%.
Em pacientes com insuficiência cardíaca, a proporção pode ser muito maior — estudos brasileiros indicam que até 28,8% dos idosos ambulatoriais com IC apresentam sarcopenia.
O impacto dessa condição inclui perda da independência, isolamento social, dependência de cuidados, declínio funcional e até comprometimento psicológico.
Mas há esperança: o artigo ressalta que a sarcopenia pode ser prevenida e até revertida por meio de duas estratégias principais: exercícios físicos de resistência e nutrição adequada com alto consumo proteico.
Especialistas recomendam pelo menos 2 a 4 sessões semanais de treinamento de força, que devem ser adaptadas à saúde e mobilidade do idoso, preferencialmente com supervisão profissional.
No campo nutricional, é aconselhada ingestão diária de 1,0 a 1,2 g de proteína por kg de peso, além de micronutrientes como vitamina D e ômega‑3, que auxiliam no metabolismo muscular e equilíbrio anti-inflamatório.
Alguns estudos apontam benefícios também de suplementos como HMB e leucina, especialmente quando combinados com exercícios, embora a maior ênfase continue sendo no estilo de vida.
Como conclusão, a reportagem reforça que aguardar até aparecer sintomas evidentes é arriscado, e que o diagnóstico precoce e intervenções imediatas podem preservar a autonomia e retardar o declínio físico na terceira idade.
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