O mês do Julho Amarelo, dedicado à conscientização sobre as hepatites virais, coincide com um aumento significativo dos casos de hepatite A em diversas regiões do Brasil, especialmente no Sul e Sudeste. Apenas no estado de São Paulo, foram registrados 974 casos da doença entre 1º de janeiro e 8 de julho, representando um aumento de 90% em relação ao mesmo período de 2024, segundo dados do Centro de Vigilância Epidemiológica.
Em Pernambuco, por outro lado, não houve registro de surto, e o estado apresentou queda no número de mortes pela doença, de acordo com o último Boletim Epidemiológico do Ministério da Saúde. Ainda assim, a ONG Gestos — Soropositividade, Comunicação e Gênero reforça a importância da prevenção, diagnóstico precoce e vacinação, especialmente diante do cenário nacional.
A hepatite A é uma infecção viral que atinge o fígado e pode causar alterações leves a graves no organismo. Sua principal forma de transmissão ocorre pela via fecal-oral, relacionada a condições precárias de saneamento, higiene pessoal insuficiente e consumo de água ou alimentos contaminados. A transmissão também pode ocorrer em práticas sexuais como sexo anal e oroanal sem preservativo, além do uso de acessórios sexuais sem higienização adequada.
O diagnóstico é feito por exame de sangue, e o tratamento inclui repouso, hidratação e alimentação equilibrada, já que não há medicação específica para eliminar o vírus. A maioria dos casos evolui para a cura de forma espontânea.
A vacina contra hepatite A, gratuita pelo Sistema Único de Saúde (SUS), é considerada a principal medida de prevenção. Ela é indicada para crianças a partir de 15 meses, além de adolescentes, adultos em situações de risco e pessoas usuárias da Profilaxia Pré-Exposição (PrEP).
Talita reforça que a prevenção também envolve cuidados com a saúde sexual. “É fundamental usar preservativos, lavar frutas e verduras, cozinhar bem os alimentos e manter a higiene pessoal e íntima antes e após as relações”, orienta.
Com ações educativas durante o Julho Amarelo, a Gestos busca ampliar o acesso à informação e reforçar que a hepatite A tem prevenção, diagnóstico simples e tratamento eficaz, sendo fundamental manter a vacinação em dia e adotar hábitos de higiene para evitar a disseminação da doença.
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